quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Hospitais do DF devem receber hoje remédios para hemofílicos

Os cerca de 500 portadores de hemofilia do Distrito Federal vão receber nesta quinta-feira (04/09) os medicamentos que estavam faltando havia 15 dias. É o que prometeu a subsecretária de Atenção à Saúde do DF, Tânia Torres. Após o Correio Braziliense denunciar que os hemofílicos vêm sofrendo com a falta de remédios na rede pública do DF, a subsecretária se reuniu com representantes do Ministério da Saúde. “Ficou acordado que eles vão mandar um estoque emergencial. Eles garantiram também que entre os dias 15 e 20 deste mês a situação dos remédios estará normalizada no DF”, disse Tânia.

Por meio da assessoria de imprensa, o ministério confirmou as declarações da subsecretária. No entanto, nem Tânia nem o ministério souberam informar a quantidade de doses que serão enviadas aos pacientes. A hemofilia é uma doença genética e hereditária que dificulta a coagulação do sangue e a cicatrização de ferimentos. E são as medicações que auxiliam na coagulação e evitam problemas de saúde. Nesta quarta-feira (03-09), o Correio mostrou que os refrigeradores do Hospital de Apoio, onde ficam estocados os remédios, estava praticamente sem a proteína fator VIII, usados pelos portadores com a doença tipo A. Também não havia caixas da proteína fator IX, usada por pessoas com hemofilia de tipo B.

Por meio de nota, o Ministério da Saúde havia negado a falta da medicação no DF. De acordo com o órgão federal, no dia 21 de agosto foram enviadas 585 mil unidades de fator VIII para a região. Tânia confirmou que a Secretaria de Saúde recebeu as doses. “Mas não recebemos o previsto para atender os pacientes. Dessas unidades, 512 mil eram destinadas a demandas jurídicas (quem tem problemas com o fornecimento costuma procurar a Justiça para tentar conseguir liminar que garanta o remédio). O gasto mensal regular no DF é de 1,2 milhões de doses”, afirmou a subsecretária.

O ministério reafirmou as informações prestadas na nota, alegando que “o quantitativo programado para o atendimento aos pacientes do DF por 30 dias é de 548,1 mil. Em 21 de agosto, o ministério enviou 585 mil unidades, ou seja, 36,9 mil a mais do que o previsto.” A assessoria de imprensa do ministério ressaltou que a quantidade de medicamentos enviada aos estados brasileiros é calculada com base no cadastro dos pacientes. E que, em 13 de setembro, nova remessa será enviada ao DF, como ocorre mensalmente.

A subsecretária do DF pede aos portadores que se tranqüilizem. “Dentro das dificuldades, as ações da secretaria são voltadas para que a tranqüilidade dos pacientes seja garantida. Acreditamos que neste mês tudo seja resolvido. Nossa prioridade é o bem-estar dos pacientes”, disse Tânia.

A doença
A ausência ou a diminuição de uma proteína, entre elas os fatores de coagulação, na corrente sangüínea é o que provoca as complicações nos pacientes. No caso dos hemofílicos, a deficiência dos fatores VIII (tipo A) e IX (tipo B) — que trabalham para estancar o sangramento — faz com que a hemorragia não cesse. Um corte na pele ou dores nas articulações podem gerar grandes problemas de saúde. Alguns pacientes têm dificuldades de mexer a perna esquerda devido a sangramentos internos, que comprometem suas articulações. Por isso, os hemofílicos dependem da reposição dos fatores para combater os sangramentos externos e internos.

O Hospital de Apoio atende cerca de 500 pacientes com hemofilia mensalmente. Tanto residentes do DF quanto moradores de outros estados são recebidos no local. No geral é utilizada a terapia chamada de normal. Nela, os medicamentos são injetados para prevenir sangramentos ou ao primeiro sinal de hemorragia, quando o hemofílico leva uma pancada ou se corta.

Mas, apesar da falta atual dos fatores VIII e IX na rede pública, o DF é reconhecido como uma das unidades da Federação que oferece as melhores condições de tratamento para hemofílicos. Isso se deve, em parte, ao fato de os médicos locais recorrerem a formas preventivas para tratar a doença. Como por exemplo o uso do método profilático, no qual não se espera que o paciente apresente algum tipo de lesão ou crise para que o medicamento seja administrado. Dessa forma, os profissionais da saúde garantem maior qualidade de vida aos portadores.

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